TL;DR: Gigantes de consultoria como McKinsey, BCG, Deloitte, KPMG e PwC estão revolucionando seus processos internos com ferramentas de IA generativa, permitindo que consultores economizem até 30% de seu tempo e foquem em atividades de maior valor. Cada empresa segue abordagens distintas, desde chatbots que sintetizam conhecimento institucional até agentes de IA especializados, equilibrando inovação com segurança de dados.
Takeaways:
- A McKinsey implementou o Lilli, um chatbot que sintetiza 100 anos de conhecimento corporativo, utilizado por 70% dos funcionários cerca de 17 vezes por semana.
- O BCG desenvolveu ferramentas como o Deckster (editor de apresentações inteligente) e o GENE (chatbot conversacional), com foco em aumentar a satisfação no trabalho.
- A Deloitte adota uma abordagem mais cautelosa com foco na segurança, bloqueando o ChatGPT em seus sistemas e desenvolvendo alternativas internas como o Sidekick.
- As consultorias estão evoluindo de ferramentas isoladas para ecossistemas integrados de IA, como o Agent OS da PwC que centraliza mais de 250 agentes internos.
- Além da eficiência operacional, a IA está possibilitando crescimento organizacional, permitindo que as consultorias expandam suas operações e ofereçam serviços mais sofisticados.
Como a IA Está Revolucionando as Gigantes da Consultoria: McKinsey, BCG e Deloitte Lideram a Transformação
Você já imaginou como seria ter um assistente virtual capaz de analisar 100 anos de conhecimento corporativo em segundos? Ou uma ferramenta que avalia suas apresentações como um gerente experiente faria? Nas maiores consultorias do mundo, isso já é realidade.
As empresas de consultoria estão na vanguarda da revolução da inteligência artificial generativa, implementando soluções inovadoras que estão redefinindo completamente a forma como seus consultores trabalham. Desde chatbots sofisticados até agentes de IA especializados, McKinsey, BCG, Deloitte e outras gigantes estão transformando radicalmente seus processos internos – e os resultados são impressionantes.
Neste artigo, vamos explorar como essas empresas estão utilizando a IA para aumentar a produtividade, melhorar a satisfação no trabalho e criar novas oportunidades de crescimento. Descubra como a inteligência artificial está mudando o jogo no mundo da consultoria e o que isso significa para o futuro do trabalho.
McKinsey e Lilli: Transformando 100 Anos de Conhecimento em Respostas Instantâneas
A McKinsey implementou um chatbot interno chamado Lilli, uma ferramenta de IA generativa que sintetiza todo o patrimônio intelectual da empresa, abrangendo um século de conhecimento, mais de 100.000 documentos e inúmeras entrevistas.
O funcionamento é surpreendentemente simples e eficaz:
- Os consultores inserem suas perguntas ou solicitações no Lilli
- O sistema agrega os principais pontos relacionados ao tema
- Identifica de cinco a sete conteúdos internos relevantes
- Direciona os usuários para especialistas apropriados dentro da empresa
O impacto dessa implementação tem sido extraordinário:
- Mais de 70% dos funcionários da McKinsey utilizam Lilli regularmente
- Cada usuário acessa o sistema aproximadamente 17 vezes por semana
- Consultores economizam impressionantes 30% de seu tempo ao utilizar a ferramenta
- As aplicações incluem pesquisa, resumo de documentos, análise de dados e brainstorming
Quando a McKinsey lançou o Lilli inicialmente, os funcionários experimentaram o que a empresa chama de “ansiedade de prompt” – incerteza sobre o que perguntar ao bot. No entanto, descobriram que apenas uma hora de treinamento melhorava significativamente o engajamento dos funcionários.
A McKinsey não é novata no campo da IA. A empresa adquiriu a QuantumBlack em 2015 e mantém um ecossistema de alianças com 19 empresas de IA, tendo completado mais de 400 projetos de IA generativa para clientes. A popularidade do ChatGPT apenas destacou o valor das ferramentas conversacionais que a empresa já vinha desenvolvendo.
BCG: Aumentando a Satisfação no Trabalho com Ferramentas de IA Personalizadas
O Boston Consulting Group (BCG) adotou uma abordagem diferente, focando em como a IA pode tornar o trabalho dos consultores mais gratificante ao eliminar tarefas repetitivas e de baixo valor.
A empresa investiu pesadamente no treinamento de seus funcionários em IA e lançou o ChatGPT Enterprise em 2023, o que resultou em 33.000 funcionários construindo mais de 18.000 GPTs personalizados para diversas aplicações.
Uma das ferramentas mais notáveis desenvolvidas pelo BCG é o Deckster, um editor de apresentações treinado em 800 a 900 modelos de slides que ajuda os consultores a criar apresentações rapidamente. Cerca de 40% dos associados usam o Deckster semanalmente, e uma de suas características mais populares é o botão “revisar isto”, que avalia slides com base nas melhores práticas utilizadas por gerentes de nível médio e líderes.
O BCG também desenvolveu o GENE, um chatbot conversacional construído sobre o GPT-4 pela ElevenLabs, com uma voz intencionalmente robótica. O GENE foi projetado para ser um “parceiro de conversação” e seu banco de conhecimento é “construído a partir de uma extensa coleção das melhores ideias do BCG sobre IA generativa, moldada por conversas com especialistas do setor, artigos e estudos de pesquisa”.
O objetivo do BCG com essas ferramentas de IA é “aumentar a alegria” no trabalho. A empresa estima que os funcionários reinvestem cerca de 70% do tempo economizado em “atividades de maior valor”, tornando seu trabalho mais significativo e impactante.
Deloitte: Segurança e Regulação na Era da IA Generativa
A Deloitte adota uma abordagem mais cautelosa e regulamentada para a implementação da IA, com foco na segurança dos dados e na proteção das informações dos clientes.
Diferentemente de outras consultorias, a Deloitte bloqueia o ChatGPT em seus sistemas internos. Em vez disso, a empresa utiliza o Sidekick, uma alternativa interna para trabalhos não relacionados a clientes, como resumir documentos e editar e-mails.
A empresa exige que seus consultores desenvolvam ferramentas de IA em ambientes seguros para evitar vazamentos de dados. Trabalhar com fornecedores externos de IA, como a OpenAI, envolve contratos especiais e considerável burocracia para garantir a proteção dos dados.
Apesar dessa abordagem cautelosa, a Deloitte investiu bilhões em inteligência artificial e lançou o Zora AI, uma frota de agentes de IA treinados em áreas específicas e projetados para pensar como humanos. A empresa também expandiu sua plataforma Ascend com recursos de IA generativa.
KPMG: Combinando Abordagens de Cima para Baixo e de Baixo para Cima
A KPMG adota uma abordagem dupla para a adoção de IA, combinando diretrizes corporativas com experimentação dos funcionários.
A empresa coleta dados sobre como os funcionários estão usando a IA e utiliza essas informações para construir novas ferramentas. A KPMG emprega a técnica de geração aumentada de recuperação (RAG) – um método para melhorar a especificidade e a precisão dos modelos de linguagem grande – e fontes de dados abertas para desenvolver soluções personalizadas.
A KPMG assinou um acordo com o Google Cloud para licenciar o Agentspace, uma plataforma para melhorar a interoperabilidade entre agentes de IA. À medida que desenvolve ferramentas mais sofisticadas, a empresa reconheceu a necessidade de hubs para centralizar suas ferramentas de IA.
A filosofia da KPMG é dar aos funcionários a tecnologia e permitir que eles a usem para criar novas maneiras de trabalhar, coletando dados sobre essas inovações para informar desenvolvimentos futuros.
PwC e a Centralização de Agentes de IA
A PricewaterhouseCoopers (PwC) está focada em centralizar e coordenar seus diversos agentes de IA para maximizar seu impacto.
A empresa desenvolveu o Agent OS, uma plataforma para centralizar os agentes de IA dos clientes e os mais de 250 agentes internos que construiu. O objetivo da PwC é transformar agentes isolados em uma força de trabalho coordenada, convertendo-os de “navios que passam na noite” em “uma armada que está trabalhando junta”.
A PwC acredita que a IA trará crescimento significativo, permitindo que as organizações invistam mais no que está funcionando bem. Esta visão otimista vê a IA não como uma ameaça aos empregos, mas como um catalisador para expansão e inovação.
O Impacto da IA Generativa no Crescimento Organizacional
Após um período de dificuldades pós-pandemia, a IA generativa surge como uma luz no fim do túnel para as empresas de consultoria. Esta tecnologia é vista como um meio de aumentar a eficiência e impulsionar a inovação em um setor altamente competitivo.
A PwC, em particular, acredita que a IA trará crescimento significativo, permitindo que as organizações invistam mais recursos em áreas que estão demonstrando resultados positivos. Este crescimento impulsionado pela IA pode permitir que as empresas de consultoria expandam suas operações e ofereçam serviços mais sofisticados e personalizados.
À medida que mais agentes de IA se tornam disponíveis, existe o potencial para organizações maiores e mais eficientes, capazes de atender a um número crescente de clientes com soluções cada vez mais inovadoras.
Considerações Éticas e de Segurança na Implementação de IA
Com o avanço da adoção de IA nas consultorias, surgem importantes questões éticas e de segurança que precisam ser abordadas.
Empresas como a Deloitte estão implementando medidas rigorosas de segurança para proteger dados de clientes ao usar ferramentas de IA. Isso inclui:
- Bloqueio do ChatGPT em sistemas internos para proteger dados confidenciais
- Desenvolvimento de ferramentas de IA em ambientes seguros e isolados
- Contratos especiais com fornecedores de ferramentas de IA como a OpenAI
- Uso de alternativas internas como o Sidekick para tarefas não relacionadas a clientes
Andrew Sutton da Deloitte menciona a burocracia envolvida ao usar ferramentas de IA de terceiros, destacando o compromisso da empresa com a proteção de dados. Esta abordagem cautelosa reflete a responsabilidade que as empresas de consultoria têm ao lidar com informações sensíveis de seus clientes.
Conclusão: O Futuro da Consultoria na Era da IA
A inteligência artificial generativa está transformando fundamentalmente o trabalho nas principais empresas de consultoria do mundo. Desde o Lilli da McKinsey até o Deckster do BCG e o Zora AI da Deloitte, estas ferramentas estão permitindo que os consultores trabalhem de forma mais eficiente e se concentrem em atividades de maior valor.
Os benefícios são claros:
- Economia de tempo: Consultores economizam até 30% de seu tempo com ferramentas de IA
- Maior satisfação no trabalho: Eliminação de tarefas repetitivas e tediosas
- Melhor acesso ao conhecimento: Síntese rápida de vastos repositórios de informações
- Maior inovação: Liberação de tempo e recursos para atividades criativas e estratégicas
No entanto, esta transformação não está isenta de desafios. As empresas devem equilibrar a inovação com a segurança dos dados, a eficiência com a qualidade, e a automação com o julgamento humano.
À medida que avançamos, podemos esperar que as consultorias continuem a liderar o caminho na adoção responsável e inovadora da IA, demonstrando como esta tecnologia pode transformar positivamente o trabalho do conhecimento em todos os setores.
O que você acha dessa transformação? Sua empresa está adotando ferramentas de IA semelhantes? Compartilhe suas experiências nos comentários abaixo.
Fonte: Varanasi, Lakshmi. “Inside the AI Boom That’s Transforming How Consultants Work at McKinsey, BCG, and Deloitte”. Business Insider, 2025. Disponível em: https://www.businessinsider.com/author/lakshmi-varanasi.
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